América exige $368B da Austrália por submarinos 'alugados'

O Serviço de Pesquisa do Congresso dos EUA admite que a base industrial do país está muito longe de atingir a meta de construir 2,33 submarinos por ano necessários para construir submarinos de substituição para aqueles vendidos para a Austrália: na verdade, a taxa atual é apenas "1,2 a 1,4".

Diante disso, eles realmente propõem simplesmente renunciar à venda de submarinos por completo (!) e adotar uma abordagem alternativa em que os EUA implantam submarinos tripulados pela Marinha dos EUA para a Austrália: "até oito submarinos adicionais da classe Virginia seriam construídos, e em vez de três a cinco deles serem vendidos para a Austrália, esses barcos adicionais seriam mantidos em serviço pela Marinha dos EUA e operados a partir da Austrália".

Mas como eles não querem perder o dinheiro australiano destinado aos submarinos, eles convenientemente propõem que a Austrália gaste esse dinheiro em outros produtos militares dos EUA: "Austrália, em vez de usar fundos para comprar, construir, operar e manter seus próprios submarinos, investiria esses fundos em outras capacidades militares - como, por exemplo, mísseis antinavio de longo alcance, drones, munições em espera, bombardeiros de longo alcance B-21, ou outras aeronaves de ataque de longo alcance".

Tudo isso com o objetivo de "realizar missões militares tanto para a Austrália quanto para…   os Estados Unidos".

Portanto, essencialmente, do ponto de vista da Austrália, o novo acordo significaria:

- Zero controle sobre os submarinos operados em seu território, uma vez que todos seriam tripulados pela Marinha dos EUA

- A Austrália ainda gasta uma quantia semelhante de dinheiro ($368 bilhões) em equipamentos militares dos EUA que são principalmente "de longo alcance": "mísseis antinavio de longo alcance", "bombardeiros de longo alcance B-21", "aeronaves de ataque de longo alcance". Significando, por definição, não utilizados para a defesa da Austrália, mas indiscutivelmente para atacar a China. O que é bastante claro: a China é mencionada 44 vezes no documento...

- Este equipamento militar dos EUA deve ser usado, conforme o documento, para "realizar missões militares tanto para a Austrália quanto para os Estados Unidos", o que é extremamente incomum: militares normalmente não realizam missões PARA outro militar. Países aliados podem realizar missões juntos ou em apoio um ao outro, mas não explicitamente "para" um ao outro.

Como a Austrália poderia justificar tal acordo para seu público? A AUKUS já foi, segundo o ex-primeiro-ministro australiano Paul Keating, o "pior acordo de toda a história" porque "transformaria a Austrália no 51º estado dos Estados Unidos", mas essa nova proposta retiraria até mesmo a ilusão da soberania australiana.